Caminho de Santiago 2012 - 27.4 a 1.5

Como a resolução foi não repetir os caminhos feitos, este ano vamos fazer o Caminho Português pela Costa.
Este caminho apenas é diferente do Caminho Português até Vigo, já que depois o percurso é único.
São cerca de 260 km e este ano resolvemos aproveitar a ponte do 1 de Maio para efectuar esta peregrinação e vamos manter a carrinha de apoio, já que não só nos permite pedalar mais leves como nos apoia nas paragens com água e comida. Vão participar 9 ciclista e um motorizado e vamos partir da Maia.

Dia 27.04 - sexta-feira
Santuário de N.Sra do Bom Despacho
Tínhamos combinado partir do Santuário da N. Sra do Bom Despacho pelas 19h. Faríamos aí o primeiro carimbo na nossa credencial e seguiríamos para o Albergue de S. Tiago de Marinhas, em Esposende e sempre adiantávamos alguns quilómetros.
Acabamos por partir mais tarde, pelas 20h, o que implicou fazer o caminho já de noite.
Saímos seguindo as setas amarelas porque da Maia tanto se pode ir pelo Caminho Português como pelo Caminho da Costa, assim fomos  em direcção a Moreira onde atravessamos a N13 para Vila Nova da Telha, seguindo a partir daí sempre para norte.
Nesta zona a sinalização ainda não é muito boa mas levávamos gps que nos permitiu seguir o caminho mesmo quando não víamos setas durante algum tempo.
Paramos em Labruge em cuja igreja carimbamos  a credencial e passamos em Vila do Conde, ao lado
Capela de S. Tiago, Póvoa
da igreja Matriz ou de S. João Baptista e seguimos até à primeira paragem, na Póvoa de Varzim, em frente à capela de S. Tiago.
Depois de algumas fotos à capela e à fonte em forma de vieira seguimos para A-Ver-o-Mar e paramos novamente em Fão, mas desta vez para comer uma das famosas clarinhas. Esposende fica no outro lado da ponte.
O albergue de S. Miguel das Marinhas é explorado pelos bombeiros e é próximo ao quartel mas fica situado já na saída da cidade. Chegamos lá passava das 22h e tínhamos percorrido 48km.
Fomos recebidos de forma sempre simpática e atenciosa, de imediato nos carimbaram as credenciais para que a saída seja mais rápida. Quanto às bicicletas verificamos que iam fazer companhia a outras e que estavam bem guardadas pois está lá gente toda a noite.
Albergue S, Miguel Marinhas
O albergue é recente e tem cerca de 15 beliches, o único problema é que tem apenas uma casa de banho para cada sexo e com sanita e chuveiro no mesmo espaço, o que deu logo para perceber que a saída ia ser demorada.
Como já era muito tarde fomos de imediato jantar a um restaurante próximo que estava quase a fechar pois já eram 23h e depois fomos dormir.
Dois dos ciclistas que nos vão acompanhar não vieram hoje mas vêm ter connosco amanhã.

Dia 28.04 - sábado
Levantámo-nos pelas 7:30 mas tal como prevíamos a saída foi demorada, mesmo usando também a casa de banho das senhoras. Depois de prontos e equipados fomos tomar o pequeno almoço enquanto sabíamos que os nossos 2 colegas já estavam a caminho desde a Maia.
O pequeno almoço foi um pouco demorado e já passava das 9h quando arrancamos e o combinado é
que se todos seguirmos as setas eles nos vão apanhar pois já deu para perceber que são os mais rápidos do grupo.
rio Neiva
Os caminhos a partir de Esposende são por estradas rurais ou mesmo trilhos e acabamos por nos reunir junto a um marco já
próximo do rio Neiva e que antecede um single track que tem que ser feito com cuidado e que termina junto à azenha da Guilheta, junto à qual existe uma curiosa ponte a atravessar o rio Neiva, feita com esteiros de granito.
Ainda apanhamos caminhos medievais, em pedra, cujas subidas foram feitas a pé para evitar quedas e lá fomos andando  até que chegamos ao mosteiro Beneditino de S. Romão do Neiva, tendo em frente a enorme escadaria que termina na capela de N. Sra da Boa Viagem.
Paramos alguns minutos para apreciar aquele monumento que nos aparece de forma imprevista e seguimos caminho para a próxima grande localidade que é Viana do Castelo, onde chegamos fazendo maioritariamente estrada. Atravessamos a ponte Eiffel pelo passeio que é muito estreito porque de um lado tem o corrimão que não é muito alto para quem vai de bicicleta e no outro lado tem uns pilares que não deixam muito espaço livre e aos quais temos que estar atentos para não bater com o pedal.
Chegados ao outro lado, reunimo-nos e dirigimo-nos à confeitaria Natário J onde estivemos quase uma hora.
capela de N.Sra da Boa Viagem
Após esta paragem retomamos a viagem em direcção a Vila Praia de Âncora, onde pensávamos almoçar, num restaurante junto à praia. O caminho até lá é muito bonito, com muitos caminhos e onde nos deparamos com a capela de N.Sra da Boa Viagem.
Após o almoço o nosso destino foi o ferry boat em Caminha e para
lá nos dirigimos sempre pela orla marítima, deparando-nos sempre com bonitas paisagens.
Vila Praia de Âncora
Comprado o bilhete ainda deu tempo para ir carimbar a credencial e mesmo assim tivemos que esperar um bocado pelo barco ao mesmo tempo que foram chegando mais ciclistas com o mesmo objectivo que o nosso.
Quando o barco atracou em La Guardia resolvemos não atravessar o monte mas contorná-lo pela estrada e acabamos por parar um pouco nesta cidade. De seguida tivemos que subir pela via atlântica
que é uma extensa via rápida que nos vai levar a Oia mas que tem um separador físico dos carros.
Oia é uma vila muito pitoresca e onde tem um bonito mosteiro em cima do mar, estivemos algum tempo a descansar da subida e a apreciar a paisagem mas depois continuamos para Baiona onde apanhamos ainda muita estrada com pequenas derivações para o caminho antigo.
Mosteiro de Oia
Chegados a Baiona soubemos que o nosso apoio já tinha localizado um bom albergue, privado, explorado por umas freiras, chamado de Pazo de Pias e que ficava na localidade seguinte, La Ramallosa e onde se chegava atravessando uma ponte medieval, eram 20h.
O local era mesmo muito agradável, com quartos individuais e com uma zona com vários chuveiros e wc que nos deixou perceber que desta vez não haveria atrasos. Tudo isto por 10€.
Como neste primeiro dia tínhamos feito 95 km (143 km os que saíram da Maia) estávamos cansados e por isso fomos comer ali próximo e depois dormir.

Dia 29.04 - domingo
Combinamos encontrar-nos pelas 8h e resolvemos dar um passeio pelo espaço já que o albergue é apenas uma parte de umas instalações bem maiores que incluem uns bem arranjados jardins, depois
subimos para as bicicletas e fomos tomar o pequeno almoço junto ao mar só que tivemos dificuldade em encontrar um local aberto. Era domingo de manhã e foi possível ver como aquela gente aprecia andar de bicicleta pois vimos muitos grupos a passar.
Depois disto voltamos ao albergue colocamos as coisas na carrinha e lá fomos para a jornada seguinte que tinha Pontevedra como objectivo.
Este caminho é uma mistura de estradas interiores e caminhos mas a
 ig. Sta Maria de Castrelo
primeira paragem para uma foto foi no Pazo Cea de onde seguimos até à bonita igreja do sec. XIV de Sta Maria de Castrelo, atras da qual havia um bonito parque que atravessamos, tendo descido antes umas escadas de acesso e depois andamos por ruas, sempre a subir, até que acabamos por chegar a Vigo.
baía de Vigo
Atravessamos grande parte da cidade e depois contornar toda a baía de Vigo, pela encosta, sempre com uma magnifica vista que incluía os viveiros de mexilhão e as ilhas Cíes.
Esta parte foi um bocado acidentada e assim continuou por caminhos em terra até Redondela onde fizemos uma visita rápida e acabamos por almoçar num restaurante, chegando entretanto a nossa carrinha de apoio.
A seguir ao almoço tivemos que percorrer alguma estrada, com
baía de S. Simon
algumas subidas com razoável inclinação, para chegarmos a um local que nos oferecia uma vista esplendorosa da baía de S. Simon. Paramos para tirar umas fotos e continuamos para Sampaio, atravessando a sua ponte Romana e chegados ao outro lado temos um percurso muito sinuoso e difícil pela parte antiga da vila com ruas muito estreitas e com muita inclinação e que acaba por desembocar numa estrada romana que tem mesmo que ser feita a empurrar a bicicleta, de outra forma representa um risco para o bem estar dela e nosso.
estrada romana
Para chegar a Pontevedra tivemos depois muita estrada, passamos ao lado do albergue mas  ficamos num hotel já conhecido que que têm espaço para guardar as bicicletas onde chegamos pelas 18h depois de calcorrear 58km.
Pontevedra tem uma zona antiga bonita e fomos para o lado da Sé à procura de um restaurante que alguém conhecia mas que não encontramos, o que não impediu que jantássemos bem noutro restaurante de tapas.
Estava a chover e acabamos a noite a beber uma caña num dos imenso bares que por lá existem.

30.04 - segunda-feira
Pontevedra
Hoje é o dia em que chegamos a Santiago de Compostela. Acordamos à hora habitual e tomamos o pequeno almoço no hotel, já equipados e de seguida fomos colocar as nossas coisas na carrinha para iniciarmos a jornada.
Saímos de Pontevedra no que ia ser uma dia chuvoso, este percurso teve caminhos rurais e à medida que noa aproximamos do destino notamos numero cada vez maior de peregrinos.
Parque do rio Barosa
Paramos junto a um cruzeiro para tirarmos a foto e nos agrupar mas a
grande paragem é no Parque do rio Barosa que para visitar tivemos que fazer um desvio. Tem uma cascata de água muito bonita, estivemos por lá algum tempo e depois retomamos o nosso caminho para chegar a Caldas D’el Rei onde já nos esperavam com comidinha. É uma cidade termal onde passa o rio Bermaña e que tem uma parte antiga muito engraçada mas que não pode ser muito apreciada por ser dia de feira e estar cheia de gente, o que tornou cuidadosa a nossa progressão.
Sta Maria de Carracedo
Terminado o lanche retomamos o caminho e fomos apanhando chuva com alguma intensidade, o que nos obrigou a parar e  vestir os impermeáveis. Passamos pelo bonita igreja de Sta Maria de Carracedo e acabamos por chegar a Padron a nossa ultima paragem antes do destino.
Padron
Aqui em Padron optamos por não almoçar num restaurante, comemos o que tínhamos e mais alguma fruta e lá fomos em direcção a Santiago, passando por Irina Flavia e pelo Santuário de N. Sra da Escravitude, antes da grande subida até à praça do Obradoiro.
Mesmo na entrada da cidade tivemos o único furo desta viagem que se resolveu mudando a câmara de ar.
Quando chegamos à praça já tínhamos alguns companheiros de jornada à espera e o grupo que partiu a pé desde Valença, quatro dias antes.
Estas chegadas são sempre bastantes sentidas e depois de nos felicitarmos tiramos a foto em grupo, para a posteridade.
Eram uma 17h e tínhamos andado 58km. De seguida fomos para o albergue Seminário Maior, onde descansamos um pouco e saímos para jantar e comemorar a viagem.

01.05 - terça-feira
Levantamo-nos para ir buscar o certificado de peregrino após mostrar a credencial devidamente
carimbada e onde há sempre necessidade de espera porque chegam dezenas de peregrinos por dia a esta cidade.
Pelas 10h chegou o autocarro com as nossa famílias que nos vieram buscar. Fomos assistir à missa dos peregrinos, 12h, e depois colocamos as bicicletas no autocarro e fomos já almoçar no caminho para cidade da cultura que pretendemos visitar durante a tarde, obra de Peter Eisenman.
Cidade da Cultura
Cidade da Cultura e Catedral
Esta cidade é dedicada à cultura e ainda não está acabada mas já tem muito edifícios com uma arquitectura arrojada e que obrigou a inovar em alguns materiais e técnicas de construção uma vez que procura representar o relevo de Santiago, a qual se vê dali.

Foi uma visita que todos recomendam e onde tiramos imensas fotos.

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