No último domingo de Março de
2014, dia 30, realizamos finalmente o nosso projecto de conhecer a ciclovia do
Tâmega.
A data foi escolhida com alguma
antecedência, a contar com a primavera mas sem contar com a mudança de hora, o
resultado final foi que dormimos menos uma hora e apanhamos um tempo instável
mas é preciso muito mais do que isso para desmobilizar um grupo de bttistas empedernidos.
Foram 15 os participantes neste passeio,
um grupo de 7 que veio de Abrantes e o outro de 8, da Maia, o local de encontro
foi a Estação do Caminho de Ferro de Amarante.
A saída da Maia estava marcada
para as 8h de modo a chegarmos a Amarante pelas 9h, assim, a colocação das
bicicletas nos carros começou pelas 7h30. Já o grupo de Abrantes veio no dia
anterior de forma a que chegou ao local de saída já montado nas suas
bicicletas.
Em Amarante, como a estação já não
funciona, não há indicações para quem vem da A4 e também não foram substituídas
por outras a indicar a ciclovia, algo que dificultou a chegada ao local e
obrigou a várias paragens para perguntar.
Passava pouco das 9h quando todos
nos reunimos e feitas as apresentações, rápidas pois iríamos ter algum tempo
para nos irmos conhecendo J, lá partimos para fazer os cerca de 40km que nos separavam de Arco de Baúlhe,
mais 1km para chegar ao restaurante J.
Amarante, início |
Esta ciclovia é um aproveitamento
do antigo Ramal de Amarante que ligava a linha do Douro, na estação de
Livração, a Arco de Baúlhe. Havia no entanto o plano nunca concretizado de a prolongar até ligar à linha
de Guimarães.
Actualmente a parte entre a Livração e Amarante, embora ciclável tem duas pontes que não apresentam segurança, o que faz com que oficialmente a ciclovia ligue apenas Amarante, no distrito do Porto, a Arco de Baúlhe, no distrito de Braga.
Actualmente a parte entre a Livração e Amarante, embora ciclável tem duas pontes que não apresentam segurança, o que faz com que oficialmente a ciclovia ligue apenas Amarante, no distrito do Porto, a Arco de Baúlhe, no distrito de Braga.
O nosso objectivo era começar em
Amarante, almoçar em Arco de Baúlhe e regressar. A escolha do
percurso teve em conta o facto de este caminho subir mais numa direcção que
noutra mas é sempre uma ciclovia fácil de fazer, pois tem um declive máximo de
3%.
Partimos por volta das 9h30m, num
regime lento mas muito animado e logo verificamos que a ciclovia estava muito
bem arranjada, com o piso em muito bom estado e com um traçado muito bonito. A
primeira estação com que nos deparamos foi a de
Gatão que embora toda recuperada estava fechada e verificamos que é a única
recuperada do lado do distrito do Porto pois as outras encontram-se degradadas e abandonadas.
Esta linha apenas funcionou entre
1909 e 1990, ou seja 81 anos, sucumbindo à falta de visão, à desertificação do
interior e à aposta no transporte rodoviário, no entanto ficou um notável
trabalho de engenharia no traçado, imposto pela necessidade de nivelamento do
percurso para garantir os máximos de 3% de inclinação e que implicava cortes de
fragas com os furos a serem feitos a cinzel, terraplanagens feitas com
carrinhos de mão e a construção de grandes viadutos. Juntar a consciência de todo
este trabalho a uma paisagem magnífica, o resultado é bastante esmagador.
Esta ecovia é muito interceptada
por estradas e provavelmente para impedir a entrada de veículos a
motor, tem barreiras que acabam por dificultar a passagem dos ciclistas mas tem
que ser assim, pelo menos até termos no país um maior nível de civismo.
O piso passa a terra
quando entramos na zona florestal e deixamos de ter estações, voltando depois
ao pavimento sintético, no entanto a primeira estação recuperada e activada que encontramos é a
de Celorico de Bastos que tem um albergue com 30 camas e um apartamento para 6
pessoas. Aqui fizemos uma
paragem para tomar um café e marcar o restaurante
para o almoço, eram cerca de 11h15, o que significa que já vínhamos quase 2h a
pedalar, embora com pequenas paragem para tirar fotos, o que também era uma oportunidade
para nos agruparmos.
Também aqui tiramos muitas fotos
até porque existe uma carruagem recuperada, com bancos em madeira. Meia hora
depois retomamos o caminho, ainda faltavam 17km para o destino, ou seja, cerca
de 1h30 em bicicleta.
Chegamos ao restaurante "O Caneiro" pelas 13h, estava a começar a chover e ainda apanhamos algumas bátegas enquanto
colocávamos as bicicletas na garagem, algo que simpaticamente nos permitiram
fazer e que nos proporcionou um almoço mais descansado, apesar de nos garantirem
que por aqueles lados ninguém roubaria as bicicletas J.
O almoço decorreu da melhor
maneira possível. Tínhamos a mesa reservada mas a comida não e logo se revelou
difícil a escolha. Acabamos por partilhar o arroz de lampreia, a posta, os filetes
de polvo com arroz e as batatas à escolinha. Acompanhamos com água, com vinho
verde da região e com tinto do douro, entretanto podíamos ver pela janela que não
parava de chover intensamente.
Eram cerca de 16h quando
começamos a pensar em retomar à estrada mas aqui o grupo foi-se reduzindo pois
alguns começaram a pensar que o melhor era regressar de carro e foi assim que
aconteceu. 7 enfrentaram a intempérie e 8 ficaram à espera do transporte.
Saímos para a chuva mas foi algo
que durou pouco mais de meia hora, já que entretanto ela deixou de cair e embora o
piso estivesse molhado, isso não complicou o regresso que foi muito mais rápido já que agora a inclinação estava maioritariamente a nosso favor e não houve praticamente
paragens, o que nos permitiu chegar à partida em pouco mais de 2h ou seja, com
uma média entre os 16 e os 18km/h.
Assim, pelas 18h30m estávamos a
colocar as bicicletas no carro e antes das 19h estávamos a caminho da Maia mas
o regresso para quem ia para Abrantes demorou bem mais J.
Foi um passeio bonito e agradável
com um convívio e almoço a condizer e foi pena a chuva, embora se estivesse muito calor
também não seria bom.
Com a aposta em abandonar estas
linhas e custa a crer que com o aumento da procura de turismo no Douro um destes ramais
não pudesse ser viável, até pelo interesse que os ingleses e alemães
têm pelos comboios, a conversão em ciclovias é pelo menos uma alternativa com
muitos adeptos, como tivemos oportunidade de constatar.
Sem comentários:
Enviar um comentário